Roberto Benevides Martins (n. 1980) vem de S. Miguel, nos Açores. Em 1998 estudou desenho, pintura e gravura na Academia das Artes dos Açores, em Ponta Delgada. Em 2002 estagiou no Centre de Plein Air – Ferme Pédagogique du Peu, em França – Lathus-Saint-Rémy, onde apresentou uma exposição individual de fotografia e texto: Açores. Entre 2004 e 2009 tirou Pintura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, tendo trabalhado conceitos como Passado, Ausência, Momento, Estruturas Sociais, Narcisismo Contemporâneo. No último semestre da licenciatura fez Erasmus na Universitat Politècnica de València, Espanha, onde explorou temas como Retórica Visual e Retrato. Em 2008 participou no Projecto Convento de Cristo – Programa Pictórico da Charola, em Tomar. Em 2009, participou na exposição colectiva de Finalistas em Pintura, no Palácio Galveias. Inscreveu-se, ainda no mesmo ano, no mestrado em Pintura da FBAUL e escolheu para estudo principal o conceito de Beleza. Em 2010 participou no projecto Chiado: efervescência urbana, artística e literária de um lugar. Está, actualmente a trabalhar a tese final do mestrado.
29 de julho de 2011
19 de julho de 2011
Nós gostamos das "coisas" porque são belas? Ou as "coisas" são belas porque gostamos delas?
Lançaram-nos esta questão e decidimos falar um pouco sobre ela.
As coisas nunca poderão ser belas, porque são apenas volume no espaço/tempo. A beleza parte, portanto, de quem a interpreta. O objecto apenas tem o poder de despertar um sentimento abstracto de beleza que não reside em si, mas no sujeito em causa. Uma coisa não pode ser bela em si porque a beleza é-lhe algo externo.
Quando nos perguntam se as coisas são belas porque gostamos delas, não podemos deixar de pensar no tema central do TDE: a personificação da beleza. Neste caso temos de levar em consideração a origem e a função do conceito, o intermédio entre o sujeito e o objecto. Como o objecto não sobrevive sem alguém que interprete a sua forma, deduz-se que o conceito inerente às coisas não parte delas, mas do sujeito que as interpreta.
Assim sendo, a beleza objectiva, uma beleza que se fundamenta a partir dos conceitos, não é universal: trata-se de um juizo de gosto individual que difere, ou pode diferir, de sujeito para sujeito (os portadores de conceito).
Assim, o TDE responde que as coisas são belas porque gostamos delas.
12 de julho de 2011
Não seria maravilhoso?
"In my next life I want to live my life backwards. You start out dead and get that out of the way. Then you wake up in an old people's home feeling better every day. You get kicked out for being too healthy, go collect your pension, and then when you start work, you get a gold watch and a party on your first day. You work for 40 years until you're young enough to enjoy your retirement. You party, drink alcohol, and are generally promiscuous, then you are ready for high school. You then go to primary school, you become a kid, you play. You have no responsibilities, you become a baby until you are born. And then you spend your last 9 months floating in luxurious spa-like conditions with central heating and room service on tap, larger quarters every day and then voila! You finish off as an orgasm!"
- Woody Allen
11 de julho de 2011
O Retrato de Dorian Gray
O Retrato de Dorian Gray é uma das grandes influências do TDE. Único romance de Oscar Wilde (1854-1900), esta obra é marcada por uma forte crítica à sociedade vitoriana do final do século XIX e aborda temas como o desejo de juventude eterna, perfeição e imortalidade. A avaliação de valores morais mistura-se com o valor do conceito de Beleza numa sociedade.
"How sad it is! I shall grow old, and horrible, and dreadful. But this picture will remain always young. It will never be older than this particular day of June... If it were only the other way! If it were I who was to be always young, and the picture that was to grow old! For that-for that-I would give everything! Yes, there is nothing in the whole world I would not give! I would give my soul for that!"
in The Picture of Dorian Gray
Sinopse:
Basil Hallward conhece Dorian Gray numa festa de alta sociedade londrina e faz dele seu modelo. Ao longo de várias sessões, o pintor fascinado imprime no seu quadro toda a beleza escultural de Dorian, imortalizando-a. Ao contemplar a obra, o modelo vê-se confrontado com a pureza juvenil do seu retrato e a impossibilidade de a manter para sempre. É então que promete trocar a alma pela juventude eterna...
Ainda não leu? Livro online aqui.
10 de julho de 2011
O que é o tde?
The Dorian Effect analisa o Belo contemporâneo numa versão personificada e é o projecto final de Roberto Benevides Martins para o Mestrado em Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. O autor apresenta-nos a medicina estética como uma das pedras basilares do conceito deste trabalho, já que busca a perfeição através da reconstrução do corpo e do rosto, redefinindo o nosso entendimento e a nossa percepção de Beleza.
Este trabalho será apresentado em Setembro de 2011 e terá a duração de um mês.
A promoção, com cartazes, sítio internet e spot publicitário, ocorrerá de 1 a 19 de Setembro; a exposição de dez pinturas a óleo s/ tela (114x173cm) em MUPIS espalhados no centro de Lisboa será entre os dias 20 e 27, e o after-expo terá lugar a dia 28 no Clube Ferroviário, onde o público terá acesso à série completa de telas
É este conjunto de promoção, comunicação e apresentação que dá origem à obra no seu todo.
É este conjunto de promoção, comunicação e apresentação que dá origem à obra no seu todo.
A ideia para este trabalho surgiu com a preocupação de perceber o que é a Beleza na contemporaneidade: não estamos, ainda, completamente esclarecidos perante a dimensão que o conceito alcançou, principalmente quando nos deparamos com o universo da medicina estética.
Seguiu-se um objectivo específico: o de tratar de resolver (numa hipótese) a questão da beleza conseguida através da medicina estética. Justificar a sua posição perante o conceito até então adquirido, um conceito que se delineia na subjectividade do Belo em si, ou pela objectividade que se manifesta nas categorias de Beleza (proporção, simetria, harmonia, graça, grotesco, pitoresco, sublime, entre muitas outras).
O projecto participa o dilema que a palavra estética e a sua diversidade de sentido levantaram, com a existência da estética medicinal: expõe uma outra interpretação de Beleza, que se destaca das da História da Estética.
O percurso da campanha de comunicação do TDE, em jeito de comercialização-e-venda-do-produto-beleza-nas-sociedades-actuais, parte da ideia de seguir os mesmos meios e estratégias que existem entre produto e consumo, dando a oportunidade ao espectador de assistir à obra na posição de consumidor, para melhor compreensão da ideia exposta e do seu papel enquanto individuo
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